A batalha de um time do interior para se manter
Foto de capa: Roberto José/Divulgação
Leopoldo Gomes Costa
A situação não está fácil para o Barretos Esporte Clube, time do interior de São Paulo. Na noite do dia 17 de abril, a equipe acaba de perder a partida contra o tradicional Guarani. Mesmo com a pequena derrota pelo placar de 1 a 0, o clube se afunda ainda mais na zona de rebaixamento para a terceira divisão do Campeonato Paulista, a famosa série A3.
Antes dependendo apenas do seu próprio plantel, o Barretos agora precisa fazer o seu trabalho e depender dos placares de seus concorrentes diretos para se livrar da degola. Com 20 pontos até agora, o time precisará vencer a próxima partida, a última do campeonato, por três gols de diferença.
A conjuntura se agrava, pois, o próximo adversário é exatamente o primeiro colocado fora da zona de rebaixamento, o Velo Clube de Rio Claro, com 23 pontos. Como o time não quer ser surpreendido na última etapa, a expectativa é de que o jogo seja duramente estratégico, com muita defesa e contra-ataques esporádicos.
Conversando com o treinador Cléber Augusto um dia após a derrota para o Guarani, noto que o cansaço toma conta de todo o time, dos jogadores até a diretoria. Sem bons resultados no campeonato estadual, a equipe começa a se preparar para longos 8 meses fora de competições oficiais. “Tentamos manter um foco no ano inteiro, mas depois do A2 acaba que jogamos só com times pequenos e até amadores. Os outros estão sempre em campeonatos, além de terem patrocinadores de fora. Temos o apoio da torcida e patrocinadores da região, mas fica difícil manter uma boa equipe sem capital e jogos fortes”, relata o técnico, atualmente na sua quarta passagem pelo BEC.
O treinador Cléber Augusto e o gerente de futebol Vilson Tadei
Vilson Tadei, gerente de futebol, diz que a situação infelizmente é comum: “Tu chega em qualquer canto do Brasil, é assim. No estado de São Paulo é até melhor do que nos outros lugares, mas ainda tratam a gente como time amador. Temos salários pra pagar, um estádio pra manter… Termina o A2 e a gente tem que deixar os jogadores irem embora, não dá pra continuar”.
A Federação Paulista de Futebol (FPF) mantém a denominação de “série A2” desde 1994. Diferente do Campeonato Brasileiro, organizado pela CBF, a série B do paulista corresponde à quarta divisão. Antes dela ficam as séries A1, A2 e A3.