Prefeitura da cidade promete limpar matagal ao redor do estádio

Leopoldo Gomes Costa

 

O Barretos Esporte Clube sempre precisou buscar maneiras de se manter. Sua complicada história já começa com a fusão de dois times da cidade, o Fortaleza Futebol Clube e o Barretos Futebol Clube. Em 1959, ambos foram rebaixados para a terceira divisão do estadual, e precisaram se unir para tentar reverter a situação.

A preocupação, entretanto, pouco diminuiu. Segundo os atuais dirigentes, a FPF prioriza poucos times em cada região do estado, concentrando suas forças na capital. A cidade de Ribeirão Preto é a maior da região, logo, um de seus times (Botafogo-SP) consegue a maior parte do apoio da entidade.

“A Federação tem um projeto de fazer uma Copa Paulista no segundo semestre, mas dizem que os times precisam se manifestar. É complicado, tem gente que fecha as portas na maior parte do ano, não dá pra manter equipe completa. Se precisamos ir lá pra Presidente Prudente [região oeste do estado], ou descer pro litoral, os times têm que contar só com a ajuda dos patrocinadores. Isso quando tem”, relata o treinador Cléber Augusto.

Luta

A série A2 de 2017 tem sido uma das mais equilibradas dos últimos anos. O quarto colocado da competição (candidato ao acesso à série principal) tem apenas 10 pontos a mais do que o Barretos, hoje com seus 20 pontos. Ainda podemos encontrar placares elásticos pelas rodadas do torneio, típicos de quando times fortes encaram times sem estrutura para se manterem pelas 19 rodadas da primeira fase. O dirigente do BEC diz que, também, a situação se deve ao valor do campeonato: “Quem termina no G4 vai poder jogar com times fortes no ano que vem. Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos… A parte ruim é que essa divisão acaba ficando com times muito fortes, e times muito fracos. Se tu não consegue fazer um plano anual, não dá pra competir de igual pra igual”.

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O BEC tentou fazer uma promoção de ingressos, mas teve que voltar atrás. A torcida acredita no time, mas ela não é numerosa. “Poxa, não dá pra gente torcer só por eles, ia ser sofrimento demais. Geralmente o pessoal torce prum time grande, e depois torce pro Touro [apelido do BEC]”, explica o empresário Joaquim Muniz.

Na véspera da partida decisiva para o Barretos, a diretoria recebe a visita do presidente do Guaratinguetá, time do litoral norte do estado. João Telê Santana é também o técnico da equipe.

O Guaratinguetá nasceu na cidade de mesmo nome, e teve uma história curta, comparada ao BEC. O time nasceu em 1998, e já chegou a terminar em oitavo lugar na série B do Campeonato Brasileiro, a poucos pontos do acesso à principal divisão do futebol nacional. Mesmo com esse currículo invejável para a maioria dos times do interior, o Guará tomou, em 2017, a decisão de se licenciar das competições oficiais, alegando problemas com o calendário, já que iria disputar a série B1 do Paulista e a série B do Brasileiro ao mesmo tempo: “Não dá, a gente fica na ponta leste de SP. Não tem dinheiro pra ficar zanzando pelo estado, e pior, no Brasileiro a gente ia ter que arranjar avião pra ir do Amapá até o Rio Grande do Sul”, lamenta João Telê.