Alunos ganham experiências acadêmicas e pessoais

Poliana Fontenele

De todas as experiências que um estudante pode vivenciar durante seu período acadêmico, o intercâmbio é, definitivamente, uma das mais memoráveis. Sem limitações de idade, esse tipo de programa consiste na troca de experiências culturais e educacionais entre um aluno e a escola de um país estrangeiro, tendo a oportunidade de viver no exterior durante um determinado período e dando início aos estudos na área de preferência. Os intercâmbios mais comuns são os de aperfeiçoamento da língua estrangeira, sendo que muitas vezes, os estudantes recebem auxílio através de uma agência de turismo especializada nesse serviço.

No caso de universidades e outras instituições de ensino superior, os programas possibilitam que seus estudantes realizem um período do curso no exterior em instituições conveniadas, visando uma maior troca cultural. Luana Pontes, 24 anos e aluna do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília, teve a oportunidade de vivenciar tudo isso no primeiro semestre do ano de 2017. O destino de seus estudos foi a cidade de Porto, em Portugal, onde se viu diante de diversos desafios. De acordo com Luana, o intercâmbio propicia um crescimento mais pessoal do que acadêmico. “A gente se vê sozinho, então trabalhamos toda a questão da independência, do preparo emocional e também da paciência de lidar mais com as pessoas, pois afinal, são vários meses dividindo uma casa com pessoas que você não conhece”, diz a estudante.

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A estudante Luana Pontes em uma escadaria na Universidade do Porto (Foto: arquivo pessoal)

Segundo Luana, o apoio da família, principalmente de sua mãe, foi essencial. “Ela me apoiou tanto financeiramente quanto psicologicamente, e falou que eu precisava ir porque seria uma oportunidade única que nem todos os estudantes têm a chance de obter”, revela. Luana explica também, que o desejo de fazer o intercâmbio veio da vontade de conhecer o mundo, pois na época estava vivendo uma vida monótona no Brasil e, ao mesmo tempo, queria desvendar o jornalismo e todas as suas vertentes no exterior.

Na volta ao Brasil, a estudante percebeu que nada mais seria como antes, a sua nova visão do mundo e as experiências adquiridas estariam sempre modificando o ambiente ao seu redor. “Eu fui fazer uma entrevista de estágio e quando falei que tinha feito um intercâmbio em Portugal, percebi que o cenário mudou e que aquilo estava agregando um outro valor na minha vida profissional”, conta.

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Durante intercâmbio, Luana Pontes aproveitou para visitar pontos turísticos da cidade (Foto: arquivo pessoal)

Na opinião do professor universitário e coordenador da Assessoria de Relações Internacionais da UCB, Creomar Lima, de 41 anos, uma das vantagens na realização do intercâmbio é a expansão dos horizontes dos alunos para que possam obter maior profissionalismo em diversas ocasiões da vida. Porém, também há aspectos problemáticos que o estudante deve conhecer antes de partir nessa direção. “Uma desvantagem é que, se o indivíduo não está pronto, do ponto de vista de maturidade, ele pode se perder e transformar o intercâmbio acadêmico em uma viagem de férias”, explica o professor. O resultado de tudo isso, segundo Creomar, é uma oportunidade profissional perdida para o estudante.

Todo ano, uma média de 40 alunos da Universidade Católica de Brasília participam de intercâmbios educacionais fora do país. Atualmente, existem dois programas responsáveis por esta integração com instituições estrangeiras, o Mobilidade Institucional, utilizado por Luana Pontes, e o Fórmula Santander, sendo que apenas este oferece auxílio financeiro. Para ser aceito no processo, é necessário possuir um bom desempenho acadêmico, além de outros requisitos divulgados nos editais.