Francyellen Magalhães
A musculação é o principal meio de chegar até o fisiculturismo, através dela os esportistas buscam a perfeição, a melhor definição muscular. A prática exige bastante esforço, com exercícios e movimentos repetitivos que podem gerar estresse físico e psicológico.
O fisiculturismo não é considerado um esporte oficial, olímpico, mas faz parte do Pan-americano e dos jogos asiáticos. Existem, ainda, os diversos campeonatos amadores, embora muitas pessoas defendam a prática dele, por seus valores como esporte, como esforço físico intenso, flexões, poses e outros movimentos no ato da exibição. Outra justificativa é que seus praticantes precisam manter controle corporal vigoroso.
Amadora ou profissional, a disputa faz parte do circuito do fisiculturismo e acontece em apresentações individuais ou coletivas, de comparação. Nelas, são avaliados os requisitos simetria, volume, proporção e, claro, definição muscular. Ou seja, vai muito além de exibir um corpo extremamente avantajado. A competição gira em torno da comparação dos tamanhos dos músculos, da força, proporção, definição e da estética.
O atleta Rafael Martins sempre esteve ligado à musculação. Mas só aos 18 anos de idade que descobriu o esporte, quando foi convidado a participar da modalidade através de um personal trainer, André Torres, que lhe deu todo o suporte na preparação física. Também foi pelas mãos de Torres que chegou a sua primeira competição, a Copa Body Classic, que aconteceu em Goiânia no ano de 2015. Rafael dá uma dica para quem tem interesse em se tornar um fisiculturista: “é fundamental ter um treinador com os conhecimentos necessários não somente sobre a modalidade, como também a respeito de saúde”.
Nessa entrevista, Rafael mostra que o fisiculturismo é um assunto cercado com mitos e verdades. Veremos essa e outras questões na entrevista a seguir.
Quais os mitos e verdades sobre a alimentação no fisiculturismo?
Rafael – O que as pessoas dizem a respeito da alimentação é que nós, esportistas, nos alimentamos bem durante o ano inteiro. Isso é um grande mito. Como as pessoas normais, também temos vontades, e elas são permitidas quando não estamos num período de preparação. Período esse de descanso para o corpo e mente, não ficamos sem treinar, mas pegamos um pouco mais leve. Então, como a alimentação não fica tão restrita, dá para matar algumas vontades. Já no período de preparação, ficamos restritos a dietas e alimentos que irão ajudar a performance do corpo.
Quais os mitos e verdade sobre a aparência?
Rafael – Escuto muito dizerem que qualquer um que tomar bomba consegue se parecer com um fisiculturista. Se isso fosse realmente verdade, as pessoas em academias de todo o mundo seriam gigantes como os fisiculturistas profissionais. A principal diferença entre um fisiculturista de alto nível e todos os outros é a sua genética, a única coisa sobre a qual não temos nenhum controle. Sim, o uso de drogas é um fato da vida do fisiculturismo e muitos outros esportes. E, sim, a nutrição e o treino desempenham um papel. Mas se você não tem os genes para isso, todos os esteroides no mundo não vão fazer você se parecer com as pessoas que você vê na mídia.
Quais as estratégias para o desenvolvimento dos músculos?
Rafael – Para desenvolver os músculos, o praticante de fisiculturismo tem algumas estratégias, como treinos em resistência de pesos, períodos de repouso e alimentação especial. Um dos recursos de nutrição com essa finalidade é o acréscimo de proteína extra à dieta, especialmente por meio de suplementos alimentares industrializados. Outra maneira de turbinar a musculatura é usando anabolizantes, mas são hormônios sintetizados que prejudicam a saúde e são proibidos.
O que é necessário para alcançar o perfil de um fisiculturista?
Rafael – Alcançar as linhas do corpo de um culturista não é uma tarefa fácil. É necessário suar a camisa na academia, ter disciplina para resistir a certos alimentos e manter o foco nos treinos. Só assim é possível crescer de forma saudável e responsável. É indispensável o envolvimento e a consciência de que vai precisar manter uma dieta por longos períodos, ajustar horários à rotina alimentar e perceber que cada categoria tem uma condição corporal. Quem pretende entrar nessa área, para começar, precisa aprender pelo menos o mínimo sobre categorias de competição, federações. Porque, sabendo dessas coisas o fisiculturista não ficará tão perdido e compreenderá melhor como funciona a disputa e suas organizações.
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