Emanuelly Fernandes

Apesar do brasileiro ser apaixonado pelas práticas esportivas, não é todo esporte que tem o incentivo que mereça. Alguns acabam não se tornando populares e encontrando dificuldades para conseguirem locais apropriados para a prática. A patinação artística é um desses exemplos, por não ser um esporte olímpico, sofre com o desinteresse de patrocinadores. Em Brasília, a maioria dos atletas treinam em quadras poliesportivas e encontra uma grande dificuldade de alcançar a profissionalização.

A patinação artística gera grande encanto para quem vê. Combinações de giros, ritmo e equilíbrio são características que não podem faltar em uma performance. O esporte traz elementos de dança e possui saltos e movimentos coreografados sobre rodas.

Laura Neiva, 19 anos, é atleta do Estúdio de Patinação Artística, localizado no colégio Cor Jesu e conta que a patinação entrou na sua vida aos 13 anos. A jovem sempre foi apaixonada por esporte, já havia feito ginástica artística, e praticava natação. Por incentivo de uma amiga, que já patinava, resolveu conhecer a modalidade e se encontrou.

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Laura Neiva em uma competição. (Foto: Anderson CorCino)

A patinadora explica a dificuldade que os atletas encontram em conseguir se manter apenas com o esporte, já que não existe remuneração e os gastos ficam todos com eles. “Eu já nadei profissionalmente, e é muito diferente. Uma viagem para uma competição escolar, o clube e a federação cobrem todos os gastos. Coisa que não acontece na patinação, onde precisamos fazer vaquinha para conseguir ir inclusive a mundiais. Isso acaba afastando o interesse pela prática”, explica.

Outro grande desafio encontrado é o fato de ser um esporte caro. Um patins simples para se iniciar no esporte pode chegar a custar 5 mil reais, além dos outros materiais necessários, como colã, que custa uma média de 150 reais; meias calças, 40; e a roupa de competição, que passa de 500 reais. “O gasto na patinação é alto, e o retorno é apenas a satisfação de praticar”, declara Laura.

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A atleta realizando um movimento de rotação (Foto: Anderson CorCino)

PRINCIPAL ATLETA DO PAÍS

Os campeonatos em Brasília são organizados pela FEBRAHPA (Federação Brasiliense de Hóquei e Patinação), e as competições oficiais chegam a alcançar mais de 200 atletas inscritos. Mas apesar do mercado ser bem grande na capital, a patinação continua uma novidade esportiva para a maioria da população. Segundo Laura, é comum as pessoas confundirem a patinação sobre rodas com a no gelo. Por ser um esporte presente nas Olimpíadas de Inverno, a patinação no gelo é mais conhecida e identificada como esporte. “O grande público não relaciona o patins sobre rodas com um esporte profissional e sim como um passatempo, muitos me perguntam se patino no gelo”, explica.

No Brasil o maior atleta da modalidade é o gaúcho Marcel Stürmer, 32 anos, que pratica a modalidade desde os 6 anos. Aos 11, já era campeão sul-americano e, aos 16, foi treinar nos Estados Unidos. Dentre os vários títulos que conquistou, os mais importantes são: quatro ouros nos jogos Pan-americano, duas pratas e dois bronzes em campeonatos mundiais e um ouro nos Jogos Mundiais, em 2013.

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Marcel Stürmer, ao conquistar o tetra campeonato no Pan-americano de Toronto em 2015. (Foto: Divulgação/COB)

 

ONDE PRATICAR EM BRASÍLIA

Academia de Patinação do Iate Clube de Brasília
Setor de Clubes Esportivos Norte – Trecho 2 – Conjunto 4, SMI – Asa Norte

Alta Rotação
SCES Trecho 2 Conjunto 17 AABB/DF – 3224-5207/99510704

 Hollydance Companhia de Patinação artística
702 Sul – Colégio Dom Bosco – 3443-0282

Estúdio de Patinação Artística
SGAS 615 Bloco G L2 Sul, Colégio Cor Jesu – 98274-1211